segunda-feira, 31 de agosto de 2009

El Burgo Ranero - Leon (39 km)

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Hoje a etapa foi longa, quase 10 horas caminhando sem parar! Confesso que foi difícil. Saí às 5 da manha com o Marco (nao queria chegar tao tarde em Leon nem caminhar muito sob sol forte - avisei ele na noite anterior sobre meu voto de silêncio), mas logo ele se distanciou e segui sozinho sob o céu estrelado. Só amanhaceu às 7 horas e eu já havia percorrido mais de 8 km. Logo que amanheceu tive que procurar o "matinho", aff! Alguma coisa que comi no dia anterior nao fez bem. Gatei quase todo meu rolo de papel higiênico de emergência.

Parei em Mansilla de las Mulas para tomar um colacao (nescau) e comer algo. Foi só aí que me dei conta da dificuldade do meu voto de silêncio. Enquanto eu estava caminhando sozinho ok, mas para pedir as coisas no bar tive que escrever no guardanapo. Quando as pessoas me comprimentavam eu só sorria e levantava a mao.

Quando faltavam uns 10 km meus pés começaram a doer muito. Depois comecei a sentir dores no fígado. pensei que nao ia conseguir. Parei algumas vezes. Nos últimos 6 km eu já me arrastava, minhas pernas nao obedeciam. Estava passando mal. na primeira pracinha deitei num banco na sombra para me recuperar. Depois fui caminhando lentamente até o albergue, que ainda era longe. Antes de deitar na praça encontrei um bilhete da Jo numa árvore: "Animo Sandro! Beijo Jo!". Ela disse que ia caminhar até Mansilla de las Mulas com Pierre e os outros, porque nao queria fazer 39 km, mas acabou pegando um trem até Mansilla e caminhando só 19 km. Quando cheguei no albergue ás 14:30 ela já estava lá. Uma brasileira me recebeu e foi trsiste nao poder dizer logo de cara que eu era do Brasil. Mostrei minha credencial e ela disse: "Ah! Você é o primo da Josélia? Ela já está aqui".

Aqui na cidade comecei a sentir as dificuldades de optar por nao falar. No albergue tive que fazer mímicas, na farmácia também. Para almoçar escrevi no guardanapo outra vez. É difícil se comunicar apenas por gestos e expressoes faciais. A italiana Anita queria conversar comigo de qualquer jeito hehe. Depois da missa das 19 h já vou voltar a falar. Foi uma experiência bem interessante, ainda mais para alguém como eu (bem diz o Zé William), que fala pelos cotovelos.

A caminhada hoje foi dura, mas cheguei bem. O mal estar passou assim que coloquei os pés no albergue. Almocei com a Jo e depois fui na farmácia comprar uma seringa de insulina para drenar minhas bolinhas. Amanha caminho só 22 km. Será praticamente um dia de descanço hehe.

domingo, 30 de agosto de 2009

Terradillo de los Templarios - El Burgo Ranero (30 km)

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Embora eu e a Jo estejamos juntos aqui, percorrendo a mesma estrada, fica cada vez mais claro para mim que cada um de nos trilha seu proprio caminho. E natural que tenhamos diferentes objetivos e motivacoes e nao esperava que fosse diferente.

Hoje caminhei apenas um pouco com ela conversamos sobre isso. Ela ainda pensa em pegar um taxi ou pular alguma etapa de onibus e fica falando disso sempre. Hoje me enchi da ladainha e disse: "se quer fazer faca, nao fique ameacando" (Os acentos fazem uma falta as vezes). Ela sabe que eu nao vou pular nada, que nao vim aqui para andar de onibus e muito menos de taxi, mas tenho a impressao de que quer me convencer a ir com ela, que precisa de minha aprovacao, sei la. Ela que siga o caminho dela que eu sigo o meu. Se tivermos que nos separar de vez, que seja.

Hoje tivemos mais um dia de ratas interminaveis, pelo menos tinha umas arvores. Tinha uma bifurcacao onde podiamos optar pelo caminho moderno frances ou pelo caminho romano. Eu optei pelo frances proque parece o mais tranquilo. A Jo tambem veio por aqui. Amanha os dois caminhos se encontram novamente em Mansila de las Mulas.

O Pierre teve uma queda veia hoje. Caiu de cara no asfalto, coitado. Machucou o nariz, a boca, a mao e quebrou o oculos. Passei por ele na hora em que estava limpando o sangue. O alemao que estava com ele na hora o ajudou e arrumou o oculos. Essa e uma coisa que qualquer peregrino esta sujeito, afinal o chao esta ali o tempo todo, basta um descuido e pronto.

Decido que amanha vou fazer voto de silencio durante todo o dia. Sera uma experiencia nova.

sábado, 29 de agosto de 2009

Carrión de los Condes - Terradillo de Templários (26,7 km)

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Sempre achei francês uma língua inútil e que servia apenas para falar com franceses. Descobri que também é útil para se comunicar com os canadenses e mais útil ainda se você estiver numa mesa de jantar com 2 franceses, 3 canadenses e 1 espanhol que fala francês. Eu só ria e concordava com tudo hehe. De vez em quando eles me explicavam alguma coisa em inglês para que eu ficasse a par do assunto.

Ontem esperei mais de uma hora para usar o micro na lan house e os paulistas estavam lá. Depois fui no mercado e encontrei os paulistas novamente. No restaurante a noite nao vi os paulistas, mas logo eles apareceram. "Que mundo pequeno", pensei, mas a verdade é que a cidade é que era. Eles estavam em outro albergue.

A Jo nao quis esperar até as oito para jantar no restaurante com a gente (só começavam a servir nesse horário) e acabou comendo sozinha num lugar que era bem ruim e cobrava a mesma coisa. Ela também nao se deu muito bem com seus colegas de quarto.

O sol continua brilhando forte por aqui, mas o vento é gelado, principalmente de manha. Estamos usando nossas calças e jaquetas.

Hoje andei mais de vagar para preservar minha perna. Ela está ótima, mas é melhor nao abusar.

Enfrentamos 17,5 km de retas por uma estrada revestida de pedras soltas e sem uma casa sequer a vista. Depois de Calzadilla de la Cueza resolvi arriscar e peguei um caminho alternativo. O outro ia pela beira da rodovia. Caminhei um pouco mais (0,7 km). Esse trecho nao tinha sinalizaçao nem peregrinos ("No flechas, no peregrinos", como diz o Pierre quando a gente se perde. Foi um pouco tenso, mas no fim deu tudo certo. Jo foi pelo caminho da rodovia e disse que nao era tao ruim.

Encontramos o Lidon hoje no caminho. E eu que achava que nao o veria novamente. Está melhor e tem feito uns trechos mais longos.

Terradillo de Templários é um pueblo bem pequeno com dois albergues privados. Acabamos ficando no segundo que é mais antigo (mas felizmente tem conexao usb no computador e internet), e parece que todo mundo resolveu vir para cá também: Pierre, os franceses, Marco, Lidon, Eduard e as canadenses que agora eu sei que se chamam Carole e Carie Anne.

A Jo comprou um big pote de creme hidratante ontem em Carrión, agora quer que eu use porque achou pesado hehe. Mulheres, tsc tsc.

Parada estratégica para o "desayuno": Nescau, bolacha e chocolate Kit Kat.

Reta que nao acabava mais, aff!

Depois do banho e de lavar a roupa, um pequeno "bocadillo" no albergue para renovar as forças

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Boadilla del Camino - Carión de los Condes (26,5 km)

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E pensar qeu já caminhamos quase 400 km até aqui, nossa! Quanta coisa já aconteceu, quantas pessoas já conhecemos, quantas despedidas, quantos passos! E ainda estamos na metade do caminho. Hoje vim pensando: Os objetivos nos movem, mas é o caminho até eles que faz parte do seu dia a dia.

Bom, hoje achei uma lan house. Tive que esperar um tempao na fila, mas aqui estou eu.

nao tinha nada para ver me Boadilla, entao passei a tarde conversando com o povo no albergue. Tentei achar uma passagem na bíblia em inglês do Eduard, o sul africano, mas nao consegui. Machuquei minha boca com o sanduíche (o pao aqui é bem casca dura) e só molhei os pés na picina, achei a água muito gelada para entrar.

Na janta sentamos com os brasileiros. André também é jornalista e tem dois restaurantes em Sao Paulo. Luiz Fernando é professor de engenharia da USP. Continuo nao simpatizando com eles, reclamam de tudo. O gente enjoada!

O Eduardo, o espanhol do albergue, qiando soube que eu morava perto de Curitiba ficou me chamando de Coxa Branca, parece que ele morou um tempo no Brasil.

A Jo tomou um porre de vinho no jantar. Tropeçou no degraou do banheiro e só nao se espatifou no chao proque um alemao segurou ela. Depois ficou me perseguindo com uma agulha pelo dormitório e por fim deu em cima do Nicolá, o frances do beliche do aldo que o Pierre apresentou para ela. O Nicolá disse que morava em Paris e 1 minuto depois ela pergunta: "Você é do Quebec?", aí eu caprichei no sarcasmo e disse: "Claro que é, a França fica no Canadá mesmo".

Acordamos meio tarde hoje, eram 6:20 já. Ventava bastante e estava frio. Tomamos cafá no albergue e seguimos já com a luz do dia. O vento continuou forte, achamos que ia chover, mas depois o céu ficou azul novamente.

Caminhamos juntos um bom tempo. Os paulistas nos alcançaram no canal, nos distanciamos quando eles pararam em Fromista. Mais a frente encontramos Marco, para variar hehe. O trecho hoje nao era difícil, muitas retas ao lado da rodovia. O ruim é aquela impressao de que a gente anda, anda, e nao sai do lugar. Tirei umas fotos lindas a beira do canal a luz do amanhecer.

Em Carrión de los Condes ficamos no Monastério das Irmas de Santa Clara, um albergue bem pequeno. As irmas estao em retiro, foi um rapaz que nos recebeu. O prédio tem alguns séculos, é bem legal. Os quartos sao menores e eu e a Jo ficamos separados, ufa! Ela está meio mal humorada desde as mesetas.

Nao sinto mais dor na perna, mas els estava rangendo hoje, achei estranho. Estou com duas bolhas pequenas, uma em cada calcanhar. Também tenho outra bolha no dedao, mas elas incomodam bem pouco.

Liçao de hoje: Nunca, jamais, de jeito nehum em hipótese alguma tentar urinar contra o vento forte novamente :)


Catedral de Burgos, simplesmente incrível!

Albergue de Boadilla. 5 euros bem gastos.

Ruínas do Convento de San Anton datado do século XV

Pela manha, caminhando ao lado do canal construído no século XIX. Vento forte.

Auto foto: Planicies que se perdem no horizonte. Detalhe para o vento agitando meu boné.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Hontanas - Boadilla del camino (29 km)

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Ufa! Finalmente chegamos, a etapa hoje foi dura. Mais retas intermináveis em sombra alguma, um morro no meio do caminho e muitas pedras soltas na estrada.

Ontem, devido a precariedade da internet acabei esquecendo de comentar algumas coisas. A Andrea ficou em Burgos, ia pegar um onibus para pular duas etapas e chegar em leon a tempo de encontrar sua mae no fim de semana. Passamos pelo Lidon, ele disse que ia fazer etapas mais curta a partir de agora para se recuperar da tendinite, entao é bem provável que nao o vejamos mais.

Levei um monte de comida na mochila para nao passar fome nas mesetas. 4 muffins, 2 Croasaints, 2 sanduíches, um bolinho de chocolate, 2 ameixas, 1 nectarina e um pacote de bolachas recheadas (que aqui sao enormes). Quando cheguei em Hontanas só tinha obrado os muffins e meio pacote de bolacha. Hoje me contentei com os muffins.

O Pierre estava em Hontanas, mas no outro albergue, foi até lá com os franceses, tsc tsc, esperava que finalmente ele seguisse seu próprio cronograma.

Hontanas, apesar de ser um buraco, superou nossas expectativas. O vilarejo é bem tranquilo e as casas de pedra dao um ar medieval. Depois que passe pomada na perna e fiz a "ciesta" me senti novo em folha. Fomos jantar com o Marco, o belga, e tivemos conversas bem interessantes sobre a cultura e a vida na europa. Marco estava nos explicando proque o indíce de suicídios é tao alto na Bélgica.

Dormimos muito bem, o albergue era bem pequeno e tranquilo. Para nossa sorte, os espanhóis barulhentos ficaram no outro albergue.

Saí sozinho hoje. Minha erna ainda doia, mas muito menos que ontem. Me diverti com as lebres na estrada, encontrei umas 10.

Como andei mais de vagar hoje logo fui ultrapassado por Pierre e os Franceses. Passei por Marco que estava sentado a beira do caminho escrevendo. Jo me alcançou nas ruínas do convento de San Anton, datadas do século XV. Os paulistas também me passaram antes de Castrojeriz. Eles sao antipáticos.

Essa etapa das mesetas nao é mesmo fácil. Antes de Hontanas eu e Jo tivemos um ataque de riso. Hoje Jo chegou aqui cuspindo fogo pelas ventas, ainda bem que vim na frente. Por sorte a Picina do albergue mudou o humor dela na hora. Estamos num albergue privado exelente.

Pierre chegou com os franceses uma hora depois que nós. Passamos eles numa das paradas do caminho. Os franceses andam muito rápido, acho que Pierre está sofrendo para acompanhá-los, mas ele é bem garndinho e sabe o que faz.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Burgos - Hontanas (30km)

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Burgos é uma cidade muito interessante, precisaria de mais dias para conhecer melhor. A catedral é impressionante, andei uns 5 km por seu interior para ver tudo. É a terceira maior catedral da Espanha.

No albergue encontrei 2 ciclistas Brasileiros, mas nao conversei muito com eles. A noite fizemos uma confraternizaçao em um bar próximo para dizer adeus aos amigos que partiam. Quando voltamos para o albergue faltavam 2 minutos para fechar, quase que teve "Sandro dormindo en la calzada" no caminho hehe.

Nos despedimos de Pierre de manha, ontem ele disse que ia caminhar só 20km hoje e nao os 30 até Hontanas. Ele saiu com Michelle e Françoa, o casal de franceses. No caminho nos cruzamos várias vezes. Ele parecia triste.

Depois de já ter andado uns 9km comecei a sentir dores fortes no músculo da panturrilha direita. Quando parei num bar para carimbar minha credencial ganhei uma medalha milagrosa de Nossa Senhora das Graças. Depois a dor diminuiu um pouco e pude continuar. Hoje fizemos um trecho difícil, além de longo é um trecho muito seco, sem sombra, de retas que parecem intermináveis. Dá a impressao que a gente anda e nao sai do lugar.

Andei bastante com a Jo hoje e com o Marco, o belga. Ele é bem misterioso. Está no caminho há mais de dois meses. Já viajou por muitos lugares do mundo, é culto e inteligente. Ele aparece e desaparece no caminho com um espírito, é impressionante. E a gentes empre acaba encontrando ele quando menos espera. Disse que é jardineiro, mas eu acho que deve ser um milionário exentrico.

Hontanas é literalmente um buraco no meio do nada. A gente anda horas em linah reta até um buraco, e lá no fundo está Hontanas. Amanha a gente sai do buraco e continua em linha reta. Aqui nao tem nada, foi uma sorte conseguir esse computador, que aliás é o único do lugar.

Já lavei a roupa. Agora vou passar uma pomada nas pernas (que aliás estao com um bronzeado zebra super legal) e fazer a ciesta. Ah! aqui no bar onde tem o computador encontrei dois peregrinos brasileiros, eles sao de Sao Paulo e saíram de Pamplona um dia depois que passamos por lá. Eles acharam que eu era gringo e se surpreenderam quando disse que era brasileiro também hehe.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Agés - Burgos (26+3 km)

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No final da tarde Andrea apareceu em Agés. Ficamos muito felizes em revê-la. Depois que despachou algumas coisas para o Brasil pelo correio (incluindo seu saco de dormir) passou a fazer etapas mais longas para nos alcançar. A mochila de Andrea tinha 9,5 kg no início do caminho, agora tem 6 kg. Passamos a tarde com ela e colocamos os assuntos em dia. Muita coisa aconteceu com ela e conosco no tempo que estivemos separados.

Não gostamos do albergue municipal de Agés, deveríamos ter ficado no provado. A lavadoura de roupa só roubou nossos euros e não lavou nada. Fizemos reserva para o jantar que seria as 19h, mas acabou sendo servido só às 20h30! Tinha um monte de espanhóis barulhentos e o mal cheiro do banheiro invadiu o dormitório durante a noite.

Quando nos preparávamos para sair hoje Andrea veio com a notícia nada animadora: "Está chovendo!". Na verdade cairam só uns pingos e logo parou.

Assim que começamos a caminhar a chuva voltou com mais força. Tivemos que inaugurar nossas capas e polainas. Ainda estava escuro e choveu durante uns 10 minutos apenas.

Quando o dia amanheceu pegamos uma forte neblina. Acabamos tomando o rumo errado num certo ponto por causa da má visibilidade. Andamos uns 3 km extras por causa disso. Quando retornamos ao caminho correto começou a chover outra vez. Foi legal ver as pessoas de capa, pareciam alienígenas em meio a névoa.

Passamos por um rapaz que está fazendo o caminho descalço e parece que também fez voto de silêncio, já que não fala com ninguém. Para alguns é o louco do caminho, para outros o santo. Difícil tomar uma posição sem conhecer suas razões.

Apesar do tempo perdido pela manhã com o caminho errado, chegamos relativamente cedo em Burgos. A cidade é bem grande e demoramos para chegar ao albergue. A catedral de Burgos é simplesmente incrível, vou visitá-la daqui a pouco.

Fomos no mercado comprar comida para hoje e para levar amanhã. A etapa de amanhã será bem longa. Vamos nos separar de Pierre e é provável que não o vejamos mais.

Andrea irá pular a etapa de amanhã pegando um onibus. Ela quer encontrar sua mãe em leon no dia 30 e não vai chegar a tempo indo a pé.

Lidon e Andrea tiveram um ligeiro romance no caminho, uma história longa que um dia contarei. Ele teve uma tendinite e não sei se vai continuar no caminho, hoje pegou um onibus para Burgos e ia ficar em um hotel.

O albergue de Burgos é bem bom, mas ficamos no mesmo quarto dos espanhóis barulhentos de Agés. Hoje vamos nos despedir de Federico e Eva.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Belorado - Age (27,7 km)

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Assistimos a missa e recebemos uma bençao especial em Belorado. O padre foi muito atencioso com todos os peregrinos. Uma coisa que percebi nas missas aqui e que os jovens nao frequentam a igreja, apenas os idosos dos povoados participam das celebraçoes.

O jantar comunitario no albergue de Belorado foi otimo. Melhor que em muitos restaurantes que servem menu de peregrino.

Tomamos cafe no albergue e deixamos Belorado ao amanhacer. Fazia um pouco de frio e coloquei minha camiseta comprida. Na subida dos Montes de Oca havia neblina.

A caminhada hoje foi boa. Alcancei as alemas simpaticas que conheci em Logroño e conversei com elas em ingles. Jessica e Sofia aparecem de relance no video que fiz do albergue em Santo Domingo, sao elas que estao no sofa.

Paramos para fazer um lanche antes de iniciar a subida da Serra de Burgos (Montes de Oca). Conversei um pouco com a espanhola Helena que conheci em Pamplona. Ela havia ficado para tras, mas fez etapas mais longas e nos alcançou em Santo Domingo.

Mais a Frente Federico me alcançou e caminhou um bom tempo comigo. Ele contou que esteve com a brasileira Andrea em outro albergue de Belorado. Ela mandou noticias para mim e para Jo. Ela esta melhor das dores e bolhas e despachou para o Brasil algumas coisas que estavam pesando na mochila. Creio que logo a veremos novamente no Caminho. Federico ficara em Burgos e depois volta para a Italia, suas ferias estao no fim. Eva, a espanhola, tambem termina sua jornada em Burgos.

Fizemos amizade com um casal Frances, Michelle e Françoa. Eles iniciaram em Logroño e vao ate Santiago tambem.

Quando chegamos em San Juan de Ortega um susto. Perdi minha camera! Resolvi voltar para procurar, porque tinha certeza que a tinha derrubado do bolso da mochila. Voltei uns 100 metros e a encontrei. Um alivio!

Iamos parar em San Juan de Ortega, mas estavamos muito bem e resolvemos caminhar mais 3,7km ate Age (tem um acento agudo no e), assim reuzimos um pouco a jornada de amanha ate Burgos, que seria de 29,3km.

E normal ter algumas dores ou bolhas. Faz parte da vida do peregrino. Elas encomodam um pouco, mas quqando chegamos no albergue e tomamos um banho passa tudo. FGeralmente a gente ainda arruma energia para bater perna pelo povoado, isso quando tem algo para ver, o que nao e o caso de Age. (Me arrependo de nao ter andado mais 2km e parado em Autapuerca)

Age nao tem nada, nem Tienda (mercadinho). Tem uma lojinha no albergue, mas e tudo caro. Vamos jantar no albergue e amanha lanchamos em algum pueblo mais a frente.

Havia um passeio aqui ate um sitio arqueologico, mas estava lotado quando chegamos. O jeito e aproveitar o tempo livre para lavar a roupa e fazer a "ciesta".

domingo, 23 de agosto de 2009

Santo Domingo de la Calzada - Belorado 22+2km

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Fizemos o jantar no albergue ontem. Eu fiz purê de batatas com molho de tomate, Marco fez peito de frango e salada e Pierre ajudou a descascar e amassar as batatas. Jo, Eva e Helena estavam batendo perna na rua e quando chegaram á mesa estava posta. Elas ficaram com a louça e as panelas para lavar. De sobremesa teve melão.

Depois da missa teve uma apresentação de música medieval na catedral. Eu vi só um pedaço porque tinha esquecido de recolher a roupa e fui logo para o albergue.

Hoje o percurso não foi muito pesado, mas um bom trecho era ao lado da carretera (rotovia). O cenário ao redor, repleto de campos de trigo ceifados que se perdem no horizonte, não é tão atrativo depois de algumas horas caminhando sob o sol forte.

Caminhei bastante sozinho hoje. Acabamos andando 2km a mais porque interpretamos mal uma seta na saída de Santo Domingo. Depois deixei Jo e Pierre para trás e segui no meu ritmo. Estou um pouco cançado de de servir de tradutor nas conversas entre Jo e Pierre. "Diga isso para ele", "Say this for she". Acho que se entenderam bem no "mimiquês".

Caminhei um pouquinho ao lado de Eva e quando contei que tinha deixado o isolante térmico em Nájera ele me disse que "quanto menos coisas possuímos, mais riquesas carregamos no coração". Muito profundo.

Antes das oito da manhã, em um dos pueblos que crizei hoje, passei por uma turminha de jovens alcolizados (provavelmente voltando da balada). Eles me comprimentaram em tom de deboche. Depois pensei: "Puxa, eles estão em cima do Caminho e não conseguem enxergá-lo". Acho que na vida tambvém nos comportamos assim às vezes. Não vemos o caminho mesmo que esteja em baixo do nosso nariz.

Não gostei de Belorado. É uma vila feia, velha, e com ar decadente. Os espanhóis reclamaram que nem celular pega aqui. Foi difícil decidir qual dos 5 albergues era o pior. Ficamos com um que tem picina, não por isso, mas porque parecia o mais limpinho. A picina é boa, mas não creio que vá mergulhar hoje.

O hospitaleiro daqui é carioca e disse que morou um tempão em Mafra. Passou algumas vezes por Piên. O mundo é mesmo pequeno.

Apesar de nem tudo serem flores, estou adorando o caminho. Só quero ver se depois que voltar vou conseguir manter o coração aberto e os pés dispostos.

(Mãe! Aqui não tem orelhão com cartão, não vou poder ligar hoje. Vou tentar ligar amanhã. Mas não se preocupe, estamos muito bem. Beijo!)

sábado, 22 de agosto de 2009

Nájera - Santo Domingo de la Calzada - 21km

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Acabei nao comentando ontem, mas quando chegamos ao albergue de Nájera descobrimos que ele nao ia abrir. Havia um aviso na porta pedidndo que seguissemos mais 6 km até o próximo albergue. Isso porque na noite anterior um dos hospitaleiros faleceu depois de sofrer um infarte. Por sorte, mesmo tristes e abatidos, resolveram abrir. A tarde, para agradecer, compramos uma planta para dar de presente aos hospitaleiros e fizemos um grande cartao com a assinatura de todos os peregrinos e mensagens em diversas linguas. A entraga foi emocionante, mas nao tirei fotos em respeito a dor deles.

(No vídeo só dou um sorriso porque o Pierre passou e fez uma careta bem na hora que eu estava gravando)
Hoje o dia está sendo especial. Saímos de Nájera às 6h30. Uma hora e meia de caminhada depois (uns 6km) a Jo se deu conta de que tinha perdido um pé de sua sandália (ela costuma pendurar as papets na mochila). Mais adiante, ao passra por um povoado, um rapaz nos alcançou e pediu um beijo para ela. Ela perguntou porque ele queria um beijo e ele se virou de costas. Perguntamos porque ele estava fazendo isso e ele disse: "Achei a sua sandália, está pendurada aí atrás", mas nao havia nada pendurado atrás da mochila dele. Também havia perdido (acho que o velcro nao está bom). O rapaz, que era italiano, ficou super sem graça coitado.

Continuamos nossa caminhada e mais adiante Jo resolveu pendurar o outro pé da sandália num cone na beira do caminho, já que nao seria mais útil. Pierre a pegou de volta sem que Jo visse. Ele me disse que pretendia comprar uma nova para ela na próxima cidade e fazer uma surpresa e ia levar para ver o tamanho.

Quando chegamos em Santo Domingo encontramos a Leire e o Ivan e fomos nos despedir deles, pois deixam o caminho hoje e voltam a trabalhar na segunda feira. Quando contei a história da sandália para eles a leire fez uma cara de espanto. "Pois essa sandália está comigo, eu a encontrei e trouxe para deixar aqui no albergue!". Josélia ficou desolada. "Mas eu joguei o outro pé fora". Entao contei que Pierre estava com outro pé e o espanto foi geral.
Nos damos muito bem com Pierre, mas logo teremos que nos separar. Ele pretende fazer o caminho em mais dias e, embora goste da nossa companhia nao vai poder continuar a fazer etapas tao longas. Caminhei um tempo atrás dele e da Jo e chorei pensando na separaçao iminente. (Uma curiosidade: Pierre tem a mesma idade do pai da Jo, a Jo a mesma idade da filha dele, e somando a minha idade com a da Jo teremos como resultado a idade de Pierre).
Também ficamos muito amigos de marco, um belga que fala 5 idiomas (português nao) e está no caminho há 2 meses. Saiu de sua casa na Belgica em junho. Eu, Jo, Pierre, Marco e Eva combinamos de fazer um jantar juntos no albergue. Logo vamos sair para comprar as coisas, quero jantar cedo para ir a missa.
Santo Domingo de la Calzada é famosa devido a um milagre ocorrido aqui. Dizem que um peregrino, certa vez, foi enforcado injustamente na cidade. Quando o pai do peregrino foi retirar seu corpo da forca percebeu que ele estava vivo e foi contar ao prefeito da cidade (ou coisa assim)que havia aconteceido um milagre. Pois o prefeito nao acreditou e ainda disse que se o peregrino estivesse vivo, que a galo que estava assado na mesa se levantasse. Na mesma hora o frango assado levantou e começou a cantar. (Claro que esse é um resumo da história).
Adoramos Santo Domingo logo de cara. O albergue é simplesmente incrível! Creio que nao exiatam hotéis pelas redondezas tao bons quanto o albergue municipal. O prédio é novo e moderno, muito "glamuroso" como disse-me um espanhol. O atendimento dos hospitaleiros também é ótimo. E pensar que pagamos só 5 euros por todo esse conforto. Tem até internet rápida e conexoes usb! 1 euro por uma hora! Nos demais albergues a internet custava 1 euro por 20 minutos e era super lerda.

A cozinha é exelente, por isso resolvemos cozinhar aqui hoje. Depois vamos visitar a cidade, comprar as coisas no supermercado e jantar. Depois da janta quero ir na missa. Na igreja tem uma gaiola com um galo para recordar o milagre. Dizem que se o galo cantar é sinal de boa sorte no resto do caminho.
Chegada à Nájera

Deixando Nájera ao amanhecer

Indicaçoes do Caminho

Em algum lugar do Caminho

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ainda em Nájera

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Escrevi o outro post rapidinho porque iamos almoçar com os espanhóis que deixam o caminho hoje. Amanhã mais alguns irão nos abandonar.

Quando cheguei aqui meus pés estavam doendo bastante. Senti dores nos ossos, em ossos que nem sabia que existiam antes. Agora estou bem e já andei mais um pouco pela cidade. O lugar é bem simpático, fica a beira de um paredão de pedra e tem um rio de águas cristalinas.

Não disse nada antes, mas acho que sofri um ataque de "Los Chinches" em algum albergue. Apareceram umas manchas vermelhas no meu tornozelo direito. Os chinches são as pulgas do caminho, e as vezes pegam carona nas mochilas dos peregrinos.

A previsão para o resto da semana é de chuva. Saí o sol forte e entra a lama e a humidade. Mas procuro não pensar no que está por vir e aproveitar a etapa do dia. Se me perguntarem agora quantos quilometros ainda faltam até Santiago, não saberei responder.

Estou me livrando de algumas coisas para aliviar o peso da mochila. Já deixei o resto do enxaguante bucal em Logroño e agora acabo de por no lixo meu isolante térmico. Se não tiver cama em algum albergue eu peço papelão :)

A Jo está tendo problemas com suas bolhas. Constantemente tem que drená-las com uma agulha e passar um remédio cujo nome não me recordo agora.

Quanto ao contato com outros peregrinos não tenho tido dificuldade. Já aprendi mais inglês e espanhol que em um ano de curso. Coisas do Caminho.

Logroño - Nájera 27km

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Hoje chegamos a Nájera. Foram 27km. O sol deu uma trégua, está nublado e mais fresco. Pierre está sempre andando conosco. Hoje se referiu a Josélia como "sua garotinha". Ele tem 66 anos e está tentando nos ensinar um pouco de francês.

Ontem aconteceu uma coisa estranha em logroño. Saí para procurar uma lan house, estava tirando umas fotos da igreja quando um rapaz me abordou e perguntou se eu queria internet. Achei estranho, pois eu não havia dito ou perguntado a ninguém o que procurava. Será que esse estranho lia pensamentos? Mesmo meio cabreiro disse que sim, e ele me acompanhou até a esquina onde havia uma espécie de biblioteca com internet grátis. Foi lá que escrevi o post de ontem. Coisas do Caminho. Outra hora conto mais sobre minha impressão em relação a esse ocorrido sinistro.

Hoje vimos muitos rostos novos no caminho. Passei pelo Lidon em Navarrete, ele estava caminhando de vagar com dores na perna e parecia mau humorado quando conversei com ele. Está sentindo muita falta da Andrea que ficou para trás o pobre.

Ontem deixei uma mensagem de pedra antes de logroño para Andrea e Rafaela. Escrevi "vai Brasil!". Hoje parei para fazer uma torre de pedra e passei por uma cerca cheia de cruzes feitas por peregrinos com diversos materiais, foi bem interessante.

Incrível como niguém acredita que somos brasileiros, todos pensam que somos da alemanha, França ou Polonia. Pensam aqui que os brasileiros são mais morenos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Los Arcos - Logroño 29km

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Depois do almoço o mau humor desapareceu e fui dar uma volta pela cidade. A população estava se preparando para a festa de San Firmim. Nessa festa todos se vestem de branco e usam um lenço vermelho, depois os touros são soltos na rua. Ás 6 horas voltamos para participar. Foi bem interessante.


Hoje saímos muito cedo, nao queríamos pegar sol forte e tínhamos muitos quilometros para vencer. Eram 5 e meia da manha quando deixamos o albergue. Etáva bastante escuro, mas os espanhóis Ivan e Leide foram conosco e tinham uma lanterna bem forte. Pierre também nos acompanhou, ele está caminhando sempre conosco.

Foram quase trinta quilometros até Logroño, capital de La Rioja. No meio do caninho surgiu um impasse, a Jo queria ficar em Viana e eu queria andar mais 11km até aqui. Ela teve algumas bolhas e queria andar menos. Quando chegamos em Viana ainda eram 10 da manha e ela se sentiu bem para continuar.

O albergue aqui está bem cheio. Muitos peregrinos novos que vão começar a caminhar amanha e outros que partiram antes de nós e fizeram estapas mais curtas. Hoje nos despedimos de alguns amigos espanhóis que não vão continuar. É comum para os espanhóis fazer apenas um trecho do caminho porque suas férias geralmente são curtas. Alguns nos acompanharao por mais alguns dias até Burgos.

Andrea e Rafaela ficaram para trás, penso que fiquem em Viana. Adrea quer pular alguma etapa de carro para encontrar a mae dela em Leon no dia 30. Talvez nos encontremos em Santiago.

Eu estou bem, já quase nao sinto dores musculares e minhas duas bolhas foram controladas pelo compeed. Meu espanhol melhorou muito, e tenho praticado inglês constantemente para poder me comunicar. É incrível como conseguimos nos entender com pessoas de nacionalidades tão diversas sem muitos problemas.

Fazer o Caminho é um constante exercício de paciência. A convivência com os outros peregrinos nem sempre é fácil, mas já estamos bastante acostumados.

Logroño é uma cidade grande e consegui internet grátis numa biblioteca. Uma pena os computadores dos albergues nao terem conexao para enviar fotos sempre.

Ah! Esqueci de contar ontem que entre Puente la Reina e Estella a Jo teve seu atum roubado por um cachorro. Ela também está apaixonada pelo Hamón espanhol, só fala dele. Para quem nao sabe, Hamón é o presuto daqui, é feito de um jeito diferente do Brasil e é bem gostoso.

Tenho muitas histórias para contar, mas não dá tempo de escrever tudo. Depois que voltar para casa quero fazer um relato mais detalhado de tudo que estou vivendo aqui.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Estella - Los Arcos 20,5 km

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Ganhei uma massagem ontem da Rafaela, Foi um alívio para os pés. Hoje de manhã não sentia dor alguma.
Na saída de Estella eu, Josélia, Pierre e Eva pegamos o caminho errado três vezes. Era difícil ver as setas pois ainda etsva escuro, e a cidade era grande. O calor não deu tregua hoje, antes de amanhecer já estava quente. Hoje eu estava bem fisicamente, mas o sol prejudicou meu cérebro. Experimentei vários sentimentos até chegar aqui. Cheguei a ficar irritado com as moscas, os ciclitas que surgiam do nada. Juro que pensei em enfiar o bastão de caminhada na roda de uma bicicleta em movimento só para ver o que acontecia. Comparando com a vida, hoje o caminho foi um daqueles momentos difíceis, que parecem que não vão passar... mas passou.

Fiquei sem comida no trajeto. Acho que a fome também me afetou. Na entrada de Los Arcos comprei um chocolate na primeira máquina que vi na frente. Aqui no albergue tinha "Pochas" (um troço que fica entre feijão e ervilha) na geladeira. Comi um prato bem grande.

A cidade está em festa. De tarde vão soltar os touros na rua. Deve ser interessante.

Não vou escrever muito porque a fila para a net está grande.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Enfim algumas fotos

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Os quatro peregrinos brasileiros se preparam para sair de Saint Jean Pied de Port na França.
Caminho pelos Pirineus. Inesquecível!

Peregrinando pelas montanhas da França.
Já na Espanha, em algum lugar entre Zubiri e Pamplona.
Chegada a Pamplona. O sul-africano Eduard de camiseta verde, e o italiano Frederico de vermelho.
Jo e Pierre, O Canadense de 63 anos que nos acompanha desde Orisson. Antes de vir para cá ajudei ele a mandar um e-mail para a família. Embora seja canadense ele fala mal inglês, já que é da parte francesa do Canadá.


O vídeo é da passagem por um dos Pueblos de hoje.

No albergue de Estella conhecemos um peregrino de 5 anos de idade, o Genai. Ele vai fazer apenas duas etapas com os pais. Muito valente!

Puente la Reina - Estella 20 km

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Depois do banho de picina ontem eu e a Andrea fomos para a cidade comprar suprimentos e procurar um cartão sd para Josélia. Puente la Reina é bem bonitinha. Fomos no mercado, tiramos mais fotos da ponte famosa e encontramos alguns peregrinos que estavam hospedados no outro albergue. Comprei um cajado para a Jo, ela estava reclamando no monte do perdão e achei um bem bom, leve e barato. Achei cartões sd e comprei mais um para mim. Também acabei comprando dois bastões de caminhada na mesma loja, estava bem barato.

O Lidon também estava no nosso albergue. Ele e a Andrea não se separam hehe. Quando voltamos da cidade tivemos uma surpresa ao ver a Rafaela na picina. Ela foi valente e veio de Arre (antes de pamplona), andou muito mais que a gente e chegou às 19h. De repente, na mesa do jantar, estavam reunidos novamente os quatro brasileiros que haviam ido juntos para Saint Jean Pied de Port para iniciar o caminho. Rimos um monte contando as histórias do caminho.

Antes de dormir eu e a Jo trocamos de quarto. Tinha um pessoal mala no nosso e não estávamos nada contentes. Eram "turigrinos" como chamamos aqui, peregrinos folgados que mandam suas mochilas de carro e se acham os reis da cocada preta.

Hoje saímos cedo. Senti dores fortes na sola do pé direito logo no início. Procurei caminhar mais de vagar e usei os bastões. A Jo foi na frente. Continuei na minha marcha lenta até Estella passando por povoados muito legais. Tinha um que parecia um labirinto de ruazinhas estreitas. Andei um pouco com a Reka, uma ungara que conheci hoje, e reencontrei a Tricha, a irlandesa que conheci em Roncesvalles. A maior parte do tempo caminhei sozinho, com eventuais ciclistas me passando. Parei para comer pera, depois para tomar um nescau e por fim para comer meu sanduíche de atum. O sol estava forte. Achei que estava bem atrás do pessoal, mas acabei chegando antes de todo mundo no albergue de Estella, isso que ainda passei no albergue de Vilatuerta para carimbar a credencial. O albergue tinha acabado de abrir e peguei a cama 1. O albergue é ótimo, bem que o Tácio havia me falado.

Amnahã vamos sair o mais cedo possível, queremos caminhar 28km. Será a maior distância já percorrida.

Ontem conversei com um casal que sempre passava por mim. São da Austrália e na verdade nem são um casal. Erike e Marie são pai e filha. Ele deve ter mais de 70 anos.

Já percebi que as pessoas percorrem o caminho por motivos bem diversos. Objetivos diferentes, mas um uníco destino: Santiago de Compostela.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pamplona - Puente La Reina 24 km

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Ontem ainda tivemos energia para caminhar um monte por Pamplona. A cidade è bem grande e bonita, mas nossa pernada extra nem foi para turismo, fomos atrás de uma fármacia 24 horas que era bem longe. A Jo queria comprar um creme para os pés que a Ana, uma espanhola que conhecemos em Zubiri, indicou para ela. Também compramos alguns Compeedes (um tipo de bandeide que só existe aqui na europa e serve para curar bolhas). Ela está com duas bolinhas e eu tenho uma começando a aparecer no dedinho do pé direito. A noite fomos recber uma benção na catedral de Pamplona e carimbar nossas credenciais.

Retiro o que disse sobre as 5 estrelas do albergue Jesus e Maria, vou rebaixar para 3 porque as camas são ruins. Mesmo assim eu dormi bem, nem liguei, a Jo que não dormiu quase nada.

Fizemos muitas amizades lá. Agora é que começamos a identificar algumas pessoas que encontramos com frequencia. A Jo se bate um pouco para conversar com outros peregrinos porque não fala espanhol nem inglês, no fim apela para o mimiques mesmo. Eu, mesmo não sendo fluente nas linguas estou me entendendo bem com o pessoal.

Hoje saímos depois das 6h30. Andamos bastante pela cidade e atravessamos o campus da universidade de Navarra. Nesse trecho fui atingido de surpresa por um esguicho automático de jardim. Foi refrescante, embora ainda fosse 7 da manhã. Ali já vi que o dia não seria muito auspicioso. O legal foi ouvir os gritos de susto dos peregrinos que vinham atrás e eram pegos de surpresa pelo jato de água.

Enfrentamos uma subida dura ao alto do perdão. Comparado aos Pirineus nem ara muito, mas o sol estava bem forte. A Jo ficou para trás na subida e só me alcançou quando parei para fazer um lanche quase no topo. Desci sozinho e passei muitos peregrinos conhecidos. Acabei encontrando até a Andrea, que tinha dormido em Cizur Menor.

A caminhada hoje foi dura principalmente pelo sol. Foi a primeira vez que tivemos que andar além do meio dia. Chegamos em Puente la Reina perto das duas da tarde. Achamos melhor não ir atè a igreja de Eunate, que acrescentaria mais uma hora a nossa caminhada. Eu parei um tempo para esperar a Andrea e a Jo na entrada do povoado. Resolvemos ir para o albergue privado Santiago Apóstolo porque soubemos que tinha picina. Eu vim na frente e peguei uma rua errada, ao invés de passar pela ponte medieval acabei na outra dos carros, pelo menos de lá deu para tirar uma foto ótima da ponte histórica. Eu já estava bem cançado. Disseram que o albergue era na frente da ponte medieval, quando cheguei lá vi uma placa que apontava para uma rua e indicava mais 350m. Tudo bem, se não fossem 350 metros de uma subida super ingreme! Subi nas últimas e tive uma crise de riso.

Logo que cheguei ao albergue a Jo já chegou. Ela veuio pelo caminho certo. Quando abriu a mochila viu que seu chocolate havia derretido e se espalhado por todos os lados. Uma sorte as roupas estarem em sacos plásticos. Tive outra crise de riso. Mas depois vi que tinha fazado champú na minha mochila, aff!

Assim que saí do banho a Andrea apareceu. Acho que todos se arrependeram da escolha do albergue por causa da subida. Mas a picina era enorme e estava nos esperando para compensar. O mergulho foi muito relaxante.

Agora nem sei se vamos descer para a cidade. Eu pelo menos já tirei a minha foto da dita ponte que dá o nome ao lugar. O ruim aqui da Espanha é que tudo fecha depois do almoço e só abre depois das 17h. Ainda precismaos nos acostumar com esse negócio de hora da "ciesta" em que todo mundo fica em casa dormindo.

domingo, 16 de agosto de 2009

Zubiri - Pamplona 20,5 km

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Ontem ficamos no albergue municipal de Zubiri. Achei bom, tinha até ar condicionado nos quartos. pena que desligaram a noite. Como não tinha hospitaleiro para nos receber a hora que chegamos, seguimos as instruções e nos instalamos por conta própria. Depois até ajudei as pessoas que iam chegando a se acomodar e a encontrar os chuveiros. Fiz amizade com alguns espanhóis e italianos lá.

Às 17hs a Rafaela, a brasileira que mora na itália, apareceu no nosso albergue. Ela levou mais de 10 horas para fazer o mesmo trecho que nós fizemos em 5. Ela ia até larrasoña, mas como já era tarde achou melhor ficar por ali.

O trajeto não foi muito difícil hoje. Andamos a maior parte do tempo a beira do Rio e na sombra. Chegar na cidade foi estranho depois de 3 dias só em povoados e trilhas. Estamos bem, com algumas dores musculares apenas. A jo tem duas bolhas pequenas e eu tive uma ameaça.

A noite fomos jantar num clube próximo. Estamos comendo muito bem. Aqui as refeições tem entrada (geralmente uma salada ou massa), prato principal (batata frita com um tipo de carne) e a sobremesa. Também sempre acompanha uma jarra de água e uma garrafa de vinho. A josélia bebe a maior parte. Ontem inclusive la disse que estava tendo sintomas de avc (lingua presa) após tomar a garrafa praticamente sozinha.

Hoje saímos às 6h30. há cerca de um quilometro de Zubiri encontramos a Rafaela fazendo curativo nás bolhas e mais a frente um espanhol andando bem de vagar por que tinha muita dor no joelho. Lidon (o Espanhol que saiu conosco de Roncesvalles) passou por nós, correndo no senetido contrário. Disse que tinha esquecido a bolsa com a câmera no albergue de Larrasoña. Desejei-lhe boa sorte. Esqueci de perguntar se a Andrea tinha saído com ele de Larrasoña. Não encontramos com ela no caminho.

antes de chegar em Pamplona paramos ao lado do rio para fazer um lanche. Trouxemos pão e uma lata de atum que compramos ontem. O atum é bem barato aqui e de exelente qualidade. O pão tradicional é daquelas baguetes grandes.

Aqui em Pamplona tem mais de um albergue. Acabamos sendo "guiados", por assim dizer, ao seminário Jesus e Maria. Nem sabíamos, mas o albergue daqui é exelente. Parece um hotel 5 estrelas e o donativo é de 6 Euros apenas. Tem lavadoras grátis, banheiros ótimos e uma cozinha muito boa. pensamos em fazer um jantar comunitário, mas hoje é domingo e não dá para comprar nada porque está tudo fechado. Ainda vamos decidir o que fazer.

sábado, 15 de agosto de 2009

Roncesvalles hasta Zubiri (21km)

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Ontem comemoramos o aniversário da josélia em Roncevalles durante o jantar. Trouxe dois balões da AACS para essa ocasião. Depois assistimos a missa com benção especial do peregrino, foi emocionante.

Hoje saímos bem cedo, ainda estava escuro. Eu tinha perdido minha lanterna, mas quando cheguei em Zubiri achei dentro do meu saco de dormir.

A etapa hoje foi puxada. O calor estava forte e a trilha de cascalho no monte do Erro provocou muitas dores na sola dos pés. Eu cheguei a ter um cajado por umas duas horas, mas depois joguei fora porque estava machucando minha mão. A decida foi terrível, mas eu estou bem, com bem pouca dor. A Jo teve que parar para fazer um curativo, estava saindo uma bolha no pé dela.

Decidimos parar em Zubiri ao invés de ir até Larasoña. Com isso vamos andar 5 km a mais amanhã até Pamplona, mas o albergue municipal aqui está bem tranquilo. Fomos os primeiros a chegar.

O Brasileiro que conhecemos em Orisson, o Jorge, não pode continuar o caminho. Na descida dos pirineus ele uma das unhas do pé dele ficou preta e causou muita dor. Ele pegou um taxi para Pamplona para se recuperar.

Andei bastante sozinho hoje e algumas vezes com a Josélia e a Andrea. A Andrea seguiu adiante. Somos os únicos brasileiros no albergue aqui. Estamos conhecendo muitos peregrinos novos que iniciaram em Roncesvalles. Tem muitos ciclistas no caminho, é preciso estar sempre atento. A Jo quase atropelou um.

Consegui ligar para casa hoje! Finalmente achei um orelhão. Fotos náo estou conseguindo postar porque essas máquinas de internet movidas a moedas de 1 euro não têm entradas usb nem leitor de cartão. Esperava poder postar algo de Pamplona, mas vamos chegar lá amanhã e por ser domingo deverá estar tudo fechado.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Primeiros Passos

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Depois de dar uam volta por Saint Jean Pied de Port começamos nossa caminhada às 16h15. Antes passamos numa "tienda" para comprar alguns mantimentos. Uma das dificuldades foi a lingua. Nenhum de nós fala patavinas de francês, mas eles são muito simpáticos e paciêntes.

O início foi duro. Foram 8km só de subidas, e subidas bem ingremes. Para se ter uma idéia, subimos 850 mestros de morro só nesses oito primeiros quilometros.

A Andrea e a Rafaela estão com as mochilas muito pesadas. Deixei elas para trás logo no início. A Josélia também foi mais de vagar, pois ainda não estava muito bem do estômago. Cheguei no Albergue de Orisson bem perto das 19hs. Ainda estava bem claro, aqui é horário de verão e escurece só às nove. O calor era forte nas subidas, mas todos que passavam de carro cumprimentavam e cada pessoa com quem eu cruzava dizia "bon jour".

Já tinham servido a janta no albergue, que é servida às 18h30. Mas ainda conseguimos comer o prato principal e a sobremesa. A entrada (uma sopa) tinha acabado.

No nosso quarto conhecemos mais um brasileiro, o Jorge de Maceió.

Fui dormir sò depois das 22h. Fiquei atualizando meu diário, e nem estava com sono ainda, embora já estivesse há 36 horas sem pregar o olho. Acho que foi efeito da mudança de horário.

Hoje saímos às 7h40. O nascer do sol nos pirineus foi incrível! Dormi pouco, mas acordei bbem disposto e animado. A Josélia acordou melhor. Ontem ela chegou a dizer que queria ir para casa hehe, mas hoje andou bem e está adorando tudo.

As paisagens de hoje foram lindas. Andamos sempre pelas montanhas, mas as subidas já n4ao eram tão ingremes. Paisagens de tirar o folêgo, bem parecidas com aquelas dos filmes como Senhor dos Anéis e Crônicas de Nárnia.

Comprei um cartão para chamada internacional ontem, mais ainda não consegui ligar para casa por falta de telefone público. Assim que achar um eu ligo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

1º dia - O Inicio

10 comentários

Depois de horas de voo que pareciam interminaveis, chegamos bem na Espanha. Foi tudo tranquilo na imigracao e deu tempo de pegar a coneccao (esse teclado nao tem acentos nem cedilha).

Nao foi preciso pegar taxi at[e Saint Jean na Franca, ganhamos uma carona do Jose, um bancario aposentado que a Andrea de Sao Paulo conheceu aqui em Pamplona. Mas a Joselia, infelizmente, ficou um pouquito mareada (enjoada) com as curvas dos pirineus tadinha.

Deu para sentir um pouco o que vamos enfrentar nos prooximos dias. Tem muita subida, mas e muito bonito.

Ja cometemos tambem nosso primeiro fiasco aqui, esquecemos uma sacola com biscoitos no aviao que veio do Brasil hehe.

Agora estamos na Franca e daqui a pouco comecamos a caminhar. Nao vou poder postar fotos pq nao tem entrada usb nem leitor de cartao aqui na oficina de peregrinos onde fizemos o registro.

Ate breve!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O Peso da Bagagem (Faltando algumas horas)

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Assim que terminei de arrumar a mochila a primeira coisa que fiz foi pesá-la para saber quanto peso terei que carregar durante os próximos 30 dias.

Mochila 7,100 kg
Pochete 0,650 kg

Acho que o peso ficou dentro do esperado, isso que ainda incluí as polâinas para chuva que a Inês o o Jorge me emprestaram.

Fora isso, ainda tem o peso das botas (1,300 kg) e da roupa do corpo (0,440 kg), água e eventuais lanchinhos :)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Check List II, missão final (faltando 1 dia!)

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Uma última checagem

Equipamentos Imprescindíveis
1 Mochila especial para caminhada
1 Saco de Dormir, leve e para temperatura de até 0º C
1 Capa de Chuva para homem e mochila
1 Um par de Botas de trekking, impermeável e devidamente amaciado
1 Um par de chinelos

Utensílios
1 lanterna Miniatura
1 Pochete
1 Cortador de unhas
1 diário de viagem
1 caneta
1 canivete pequeno
6 Sacos plásticos para isolar objetos dentro da mochila
10 Alfinetes de segurança para prender roupas no Varal e/ou na mochila
1 Isolante térmico

Indumentária
2 calças que viram bermudas
1 Jaqueta/Anorak
2 Camisetas dry fit
1 boné com proteção para o pescoço (Legionário)
2 Pares de meias, especial para caminhada
2 Cuecas sem costura
1 Conjunto underwarm (Calça e Camiseta tipo segunda pele para os dias frios)
1 Óculos Escuros

Higiene
1 Xampú (150 ml)
1 Tubo pequeno de creme dental
1 Escova de dentes própria para viagens
1 Fralda de pano para usar como toalha
1 Pente
½ Rolo de papel higiênico (para emergências)
1 Pacote de Lenços de Papel
1 Escova miniatura (para lavar roupa, escovar a bota, etc.)
2 Mini sabonete (troquei por metade do xampu)
1 Desodorante Miniatura
1 Fio dental embalagem compacta
1 Gel antiséptico embalagem compacta
1 Enxaguante Bucal miniatura

Saúde
1 Rolo pequeno de micropore
1 Frasco do meu remédio para o ouvido
1 Protetor solar hidratante
1 Pouco de algodão (para por no ouvido depois que pingar o remédio)
1 Contenção ortodontica (vulgo aparelho dental móvel)

Extras
1 Máquina fotográfica
1 Catão de memória para a Máquina (O maior possível)
1 Cabo da máquina
4 Pares de pilhas recarregáveis
1 Carregador de pilhas (Tenho um bem leve)
1 Guia do caminho (Cópia reduzida)
1 Vieira

Preocupações Extras
Seguro Saúde
Euros
Credencial de Peregrino

PS: Barbeador pretendo comprar descartável lá mesmo

domingo, 9 de agosto de 2009

Despedidas (faltando 2 dias)

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O clima agora é de despedida. Despedida do estresse do trabalho, do conforto do lar, da família e dos amigos. Amigos, aliás, que me pegaram de surpresa ontem e fizeram uma pequena homenagem. Foi difícil não segurar as lágrimas quando começaram a cantar "Caminha", cantico católico que diz muito a respeito dos motivos que me levaram a decidir trilhar o Caminho de Santiago. Para quem quiser ouvir segue o vídeo da música na voz do Pe. Léo



Amanhã vou tirar a poeira da minha bota e conferir pela última vez toda a lista para ver se está tudo ok. A noite vou visitar o casal Inês e Jorge Hangstiler. Eles já percorreram o caminho Francês duas vezes e me incentivaram bastante até aqui.

No mais a ansiedade é grande. Essa semana já sonhei que perdia o Avião, que esquecia a mochila, que não conseguia caminhar e que o Caminho era maravilhoso.

Na quarta feira pela manhã, enfim, o sonho começa a virar realidade... um passo de cada vez.

Quero aproveitar e agradecer as mensagens de apoio e carinho que tenho recebido aqui no blog. Um grande abraço a todos os amigos que me acompanham nessa aventura através dessa página.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Um pé lá outro cá (faltando 6 dias)

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A menos de uma semana do embarque minhas atenções seguem divididas entre os últimos detalhes da preparação para viagem e o trabalho.

Uni duni tê... Minha prima Josélia exercita seu senso de direção durante os treinos.

Não tem sido nada fácil deixar as coisas organizadas para que meu pai e minha irmã possam desempenhar minhas tarefas. Acho que agora eles perceberam a complexidade de algumas coisas que eu faço e a quantidade de preocupações e responsabilidades que tenho. Duvido que meu pai vá dizer de novo que fico o dia todo “brincando” no computador. Mas não sou insubstituível e eles vão conseguir tocar o barco, do jeito deles e com as soluções deles, mas vão conseguir.

Também já deixei alguns arquivos do “O Pequeno mensageiro”, boletim informativo que faço para a paróquia junto com meu amigo Waldinei, para que ele possa fazer a edição de setembro sozinho. Quanto a isso não me preocupo, sei que o trabalho está em boas mãos.

Ainda preciso conversar com a Ana Luíza, que vai coordenar a Pastoral do Adolescente na minha ausência, e preparar a reunião dessa semana. Vou sentir saudades dessa turminha.

No mais, no tempo que sobra, tenho ajeitado a mochila, revisado os itens e comprado algumas coisinhas. Ontem comprei escova de dente nova, um tubo pequeno de creme dental, peguei o protetor solar da natura que tinha encomendado (fator 50 sempre), e acabei incluindo na minha lista fio dental e enxaguante bucal, claro que tudo em embalagens bem reduzidas. Também comprei um cordãozinho novo para por na vieira que ganhei da Luciana, já que a outra era muito curta e não dava para usar no pescoço porque não passava pela minha cabeça (quem manda ser cabeçudo rs).

Hoje, se o clima colaborar, vamos fazer mais uma caminhada para não perder o costume.

A confraternização em Curitiba no fim de semana foi bem legal, deu para rever alguns amigos e colocar o assunto em dia. No domingo comemoramos o aniversário do meu irmão mais novo. Ele completou 10 anos no dia 30 de junho e já está chorando de saudade ates mesmo de eu viajar.


Nesse sábado haverá uma reunião aqui em casa com meus queridos amigos aqui de Piên. Vamos jogar wii, conversar bastante e pedir pizza :)


Meu mano André acompanhando os treinos. Saudade já é grade ates mesmo da partida.

sábado, 1 de agosto de 2009

Influenza A (faltando 10 dias)

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Muitas pessoas têm me perguntado se não estou com medo de viajar devido ao risco maior de contrair a gripe H1N1 nos aeroportos e albergues do Caminho, lotados de pessoas procedentes de todas as partes do mundo.

Aqui no Brasil a epidemia já atingiu níveis preocupantes, inclusive as aulas foram suspensas em muitas escolas e universidades essa semana. É perfeitamente normal ter receio, mas acredito que a ameaça da gripe não deve impedir o curso da vida. Basta tomar os cuidados necessários e obedecer as recomendações do ministério da saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS).

Descartei a possibilidade de usar máscara. Primeiro porque se fosse usar teria de usar todos os dias durante toda a peregrinação, e não só nos aeroportos, já que estarei em contato com estrangeiros o tempo todo no Caminho. Além do que, seu uso já nem é mais recomendado.

No entanto, precauções como lavar as mãos constantemente, evitar tocar a boca e o nariz, evitar ficar muito tempo em locais com aglomeração de pessoas (esse vai ser difícil), não tocar em objetos ou superfícies que posam estar contaminados, devem ser incorporadas ao meu dia a dia. O pequeno frasco de gel anti-séptico que ganhei do Tácio e da Vick com certeza terá muito mais utilidade agora.

No mais, se mesmo assim apresentar sintomas, o jeito será usar meu seguro saúde e procurar atendimento médico o quanto antes.